“O Estado é contra o indivíduo.
O governo julga-se no direito de fabricar
dinheiro, entretanto, contesta semelhante faculdade aos indivíduos.
Por quê? É que ele só e unicamente quer
merecer confiança; mas confiança não se impõe, lá diz o vulgo, e há Estados que
merecem muito menos que o vendeiro ali da esquina.
Todos deviam ter a faculdade de emitir
moeda e só a confiança no emissor devia regular o recebimento da mesma.
Eu de muito boa vontade receberia a que
fosse estampada pelo Albino Mendes.
Dizem que são bem-feitas, artísticas,
bem-acabadas, por que não circulam?
É o tirano do Estado, o monopolizador que
só quer benefícios para o seu egoísmo sem entranhas.”
(“Toda
Crônica – Lima Barreto”, Agir, Rio de Janeiro, 2004, Volume I, 1890-1919,
organização Beatriz Rezende e Rachel Valença, in “Ao Senhor Lucas do Prado”, Correio da Noite, 22-1-1915, Página
162.)
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