Somos
ADEPTOS FIÉIS do DIABO, do CAPETALISMO. As agências bancárias são os nossos
verdadeiros TEMPLOS. Toda a libido desta humanidade de superfície é FINANCEIRA.
Orgasmos em REAIS ilusórios, DÓLARES sadomasoquistas, MARCOS totêmicos, RUBLOS
menstruados, PESOS às tonelagens. Cultos orgiásticos ao deus MAMON. Praticamos
deleitavelmente a MAGIA NEGRA da celebração ao DINHEIRO. Transformamo-nos em
abjetos PIGMEUS HUMANOS... ANÕES MORAIS... BACTÉRIAS ECONÔMICAS... LIXO DAS
CASAS DE MOEDAS...
Tenho
a ideia de escrever uma peça teatral transformando a liturgia católica e dos
cultos evangélicos em uma celebração religiosa do capitalismo e do dinheiro.
“Eis o DINHEIRO de Deus, aquele que GERA os pecados do mundo.” Na comunhão, os
fiéis apenas beijariam uma nota de cem reais. Esta missa capitalista não seria
uma comédia. As cenas teriam um teor sério, sagrado, solene. Mas, na verdade,
já é desta forma mesmo que se pratica, especialmente nas religiões
pentecostais. Todos nós ADORAMOS o DEUS-FINANÇA.
“(...)
rezavam assim: ‘Meu Deus, fazei que as ações de Lião subam! Suave Senhor Jesus,
fazei-me ganhar vinte e cinco por cento no meu Nápoles – certificados –
Rothschild! Santos Apóstolos, vendei meus vinhos! Bem-aventurados Mártires,
duplicai minhas rendas! Santa Maria, Mãe de Deus, Virgem Imaculada, Estrela do
Mar, Jardim Fechado, hortus conclusos, dignai-vos volver os olhos propícios à
modesta loja que tenho na esquina da Rua Tirechappe com a Rua Quincampoix!
Torre de Marfim, fazei que a loja fronteira dê com os burros n’água!’ ” (“Napoleão,
o Pequeno”, Victor Hugo, Obras Completas, Volume XVIII, Editora das Américas,
São Paulo, 1958, Página 280.)
Contracapa
de “Mantenha o Sistema”, de George Orwell, Editora Hemus, São Paulo (no texto
interno do romance não tem esta adaptação na íntegra): “Se falo as línguas dos
homens e dos anjos, mas não tenho DINHEIRO, sou como o bronze que soa ou como o
címbalo que tine. E se tenho o dom da profecia, conheço todos os mistérios e
toda a ciência, se tenho toda a fé, de modo a transportar montanhas, mas não
tenho DINHEIRO, nada sou. Ainda que distribua todos os meus bens em sustento
dos pobres e entregue meu corpo para ser queimado, se não tiver DINHEIRO, isto
de nada me aproveita. O DINHEIRO é longânime e bondoso; não é invejoso; não é
arrogante, nem se ensoberbece, não faz o que é inconveniente, não busca o seu
interesse, não se irrita, não toma em conta a ofensa, não tem prazer na
injustiça, mas se alegra com a verdade; ele tudo perdoa, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta... Ora permanece a fé, a esperança e o DINHEIRO, estes três: mas o
maior deles é o DINHEIRO. – Epístola aos Coríntios, I, Cap. XIII (Adaptado).”
Trechos
do romance “Mantenha o Sistema”, de George Orwell, Editora Hemus, São Paulo: “Embora
eu fale as línguas dos homens e dos anjos. Mas acontece que, se não tenho
dinheiro, não falo as línguas dos homens e dos anjos.” (Página 19) “...os
estranhos deuses do capitalismo... (Página 58) “Na sua maneira feminina, sem
palavras, ela sabia que o pecado contra o dinheiro é o supremo pecado.” (Página
64) “O dinheiro é longânime e bondoso, não se ensoberbece, não se comporta
inconvenientemente, não busca o seu próprio proveito.” (Página 89)

Nenhum comentário:
Postar um comentário