sábado, 4 de junho de 2016

Missa capitalista

Somos ADEPTOS FIÉIS do DIABO, do CAPETALISMO. As agências bancárias são os nossos verdadeiros TEMPLOS. Toda a libido desta humanidade de superfície é FINANCEIRA. Orgasmos em REAIS ilusórios, DÓLARES sadomasoquistas, MARCOS totêmicos, RUBLOS menstruados, PESOS às tonelagens. Cultos orgiásticos ao deus MAMON. Praticamos deleitavelmente a MAGIA NEGRA da celebração ao DINHEIRO. Transformamo-nos em abjetos PIGMEUS HUMANOS... ANÕES MORAIS... BACTÉRIAS ECONÔMICAS... LIXO DAS CASAS DE MOEDAS...

Tenho a ideia de escrever uma peça teatral transformando a liturgia católica e dos cultos evangélicos em uma celebração religiosa do capitalismo e do dinheiro. “Eis o DINHEIRO de Deus, aquele que GERA os pecados do mundo.” Na comunhão, os fiéis apenas beijariam uma nota de cem reais. Esta missa capitalista não seria uma comédia. As cenas teriam um teor sério, sagrado, solene. Mas, na verdade, já é desta forma mesmo que se pratica, especialmente nas religiões pentecostais. Todos nós ADORAMOS o DEUS-FINANÇA.

“(...) rezavam assim: ‘Meu Deus, fazei que as ações de Lião subam! Suave Senhor Jesus, fazei-me ganhar vinte e cinco por cento no meu Nápoles – certificados – Rothschild! Santos Apóstolos, vendei meus vinhos! Bem-aventurados Mártires, duplicai minhas rendas! Santa Maria, Mãe de Deus, Virgem Imaculada, Estrela do Mar, Jardim Fechado, hortus conclusos, dignai-vos volver os olhos propícios à modesta loja que tenho na esquina da Rua Tirechappe com a Rua Quincampoix! Torre de Marfim, fazei que a loja fronteira dê com os burros n’água!’ ” (“Napoleão, o Pequeno”, Victor Hugo, Obras Completas, Volume XVIII, Editora das Américas, São Paulo, 1958, Página 280.)

Contracapa de “Mantenha o Sistema”, de George Orwell, Editora Hemus, São Paulo (no texto interno do romance não tem esta adaptação na íntegra): “Se falo as línguas dos homens e dos anjos, mas não tenho DINHEIRO, sou como o bronze que soa ou como o címbalo que tine. E se tenho o dom da profecia, conheço todos os mistérios e toda a ciência, se tenho toda a fé, de modo a transportar montanhas, mas não tenho DINHEIRO, nada sou. Ainda que distribua todos os meus bens em sustento dos pobres e entregue meu corpo para ser queimado, se não tiver DINHEIRO, isto de nada me aproveita. O DINHEIRO é longânime e bondoso; não é invejoso; não é arrogante, nem se ensoberbece, não faz o que é inconveniente, não busca o seu interesse, não se irrita, não toma em conta a ofensa, não tem prazer na injustiça, mas se alegra com a verdade; ele tudo perdoa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta... Ora permanece a fé, a esperança e o DINHEIRO, estes três: mas o maior deles é o DINHEIRO. – Epístola aos Coríntios, I, Cap. XIII (Adaptado).”

Trechos do romance “Mantenha o Sistema”, de George Orwell, Editora Hemus, São Paulo: “Embora eu fale as línguas dos homens e dos anjos. Mas acontece que, se não tenho dinheiro, não falo as línguas dos homens e dos anjos.” (Página 19) “...os estranhos deuses do capitalismo... (Página 58) “Na sua maneira feminina, sem palavras, ela sabia que o pecado contra o dinheiro é o supremo pecado.” (Página 64) “O dinheiro é longânime e bondoso, não se ensoberbece, não se comporta inconvenientemente, não busca o seu próprio proveito.” (Página 89)


























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