quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A pirataria europeia


OS ATENTADOS EM PARIS
ou
“SOMOS TODOS ASSASSINOS”


A mídia ocidental irá fazer um imenso estardalhaço em cima das dezenas de mortos nestes ataques de militantes islâmicos, falando de “vítimas inocentes” e usando adjetivos contundentes. Entretanto, a História mostra que, do século XVI ao século XX, os europeus colonialistas efetuaram o assassinato de milhões de povos indefesos no mundo todo, da costa oeste da América ao Japão: índios, negros, árabes e orientais, entre outros. Este genocídio foi acompanhado por todo o tipo de pirataria e rapinagem. As nações europeias se enriqueceram às custas destes povos explorados e espezinhados. (Leia-se “O Livro Negro do Colonialismo”.) Agora, a Europa posa de “civilizada”, como se o seu passado fosse isento de mácula. O racismo e o xenofobismo europeu atual ignora todo o inenarrável sofrimento que causou nos quatro cantos deste infeliz planeta. Ao invés de se redimirem da culpa tentando ajudar aqueles por eles atacados, os países da comunidade europeia cruzam os braços e veem com desdém o resto do mundo, como se eles fossem a mais fina flor da civilização e o outro uma horda de bárbaros. As vítimas de Paris neste dia 13 não significam absolutamente nada perante todo o horror perpetrado no passado. Não posso aceitar forma alguma de violência, seja onde e quando for. Principalmente, não aceito a pior dela, a violência econômica deste capitalismo desumano e cruel. Os combatentes suicidas árabes, fanatizados por um desespero religioso e ideológico medieval, são também vítimas. Infelizmente, os exemplos de revolução pacifista de Gandhi e Luther King caíram no esquecimento. Acho até que tais terroristas são ainda muito infantis e inocentes, usando armas de mão e explosivos, em raros atentados, quando poderiam usar de meios mais letais. O gigantesco carma da Europa não sofreu ontem sequer um arranhãozinho. Felizes são os europeus, a viver no conforto de uma fartura adquirida à custa de muito sangue e muitas lágrimas dos infelizes. Estes ataques não foram nada!... Um dia, e isto é tão certo como o nascer diário do Sol, a Europa irá pagar toda aquela dívida. Ou melhor, um dia todos iremos purgar os nossos crimes.

(Observação: o subtítulo está entre aspas pois trata-se do nome de um livro de Sebastião Nunes, sobre a publicidade.)

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