O Joãozinho 30 fez aquele desfile
fantástico em cima do LIXO. Gênio! Mas é exatamente isto, meus queridinhos e
minhas queridinhas, o que somos: pura e simplesmente LIXO... REFUGO...
DEJETO... Antes da internet tudo ficava escondido. Agora, não. Nas redes
sociais, primeiro no Orkut e atualmente no Facebook, nós exteriorizamos
despudoradamente todo o nosso VAZIO, todas as nossas MESQUINHARIAS, toda a
nossa SUPERFICIALIDADE, todas as nossas DEFICIÊNCIAS. Um tremendo SHOW para
quem possui um nível um pouco mais elevado de sabedoria e compreensão. Um
espetáculo patético e ridículo. Tenho tentado de forma heroica e desesperada
permanecer num patamar superior. Mas a MEDIOCRIDADE crassa de forma AVASSALADORA.
Sinto-me como o demente Dom Quixote arremetendo contra moinhos de ventos
gigantescos. Uma guerra irremediavelmente perdida. Um esforço totalmente nulo e
inútil. Mas eu continuo, jamais desisto, não porque nutro alguma esperança de
melhora, mas porque este posicionamento É A MINHA LIBERTAÇÃO deste planeta
horrivelmente insano e maligno. Posso não possuir estofo de gênio, mas JAMAIS
irei me rebaixar. O grupo que criei – Udigrudi Tupiniquim – é propositalmente
amplo e aberto para dar oportunidades às mais variadas intervenções. Tenho
tentado entender o que está acontecendo, mas não consigo. O Facebook é produto
do Gênio do Mal, aliás, inteligentíssimo!!!... Nivelou por baixo todo o LIXO
que somos, neste gigantismo absurdo. Tudo é proposital, nada é aleatório. E
onde está a LUZ?!... Escondidinha e bruxuleante dentro de NÓS, quase a se
extinguir. Este fenômeno virtual é uma experiência muito recente para que
possamos compreender toda a sua extraordinária complexidade. E este marasmo
apocalíptico está acontecendo com toda a humanidade e em todos os continentes.
OH! PAI! AFASTA DE MIM ESTA TAÇA!... Para dar uma leve sugestão do que estou
sentindo, aqui vai um poema e uma música.
Por
que, ó Sagrado, sobre a minha vida
Derramaste
o teu verbo?
Por
que há de a minha partida
A
coroa de espinhos da verdade [?]
Antes
eu era sábio sem cuidados,
Ouvia,
à tarde finda, entrar o gado
E
o campo era solene e primitivo.
Hoje
que da verdade sou o escravo
Só
no meu ser tenho [,] de a ter [,] o travo,
Estou
exilado aqui e morto vivo.
Maldito
o dia em que pedi a ciência!
Mais
maldito o que a deu porque me a deste!
Que
é feito dessa minha inconsciência
Que
a consciência, como um traje, veste?
Hoje
sei quase tudo e fiquei triste...
Porque
me deste o que pedi, ó Santo?
Sei
a verdade, enfim, do Ser que existe.
Prouvera
a Deus que eu não soubesse tanto!
Fernando
Pessoa – 1932
Suporto os cravos daninhos,
bebo o fel desta agonia,
dói a coroa de espinhos
na cruz da sabedoria.
(Marcos Nunes Filho)
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