domingo, 29 de novembro de 2015

Guerrilha moderna

      Ontem à noite, na praça do centro da cidade, havia uma “fera” à solta: um rapaz, “turbinado” pelo crack. A sua violência é uma espécie de anarquismo às avessas. Lembrei-me do conto “O Cobrador”, do Rubem Fonseca. Vi, fascinado, ele rasgar cartazes e jogar lixo no asfalto. É lamentável constatar que os únicos “revolucionários” que sobraram são os viciados e bandidos. Poderíamos dizer, como o Lennon, que “o sonho acabou”. Os poderosos deste mundo conseguiram alinhá-lo totalmente à DIREITA. O massacre conservador e ortodoxo continuará em escala mundial e daqui a um tempo ninguém mais se lembrará de que existiu anarquismo, socialismo, revolução, fascismo, nazismo, integralismo. É O FIM, Senhoras e Senhores. E viva o capitalismo, a democracia, o cristianismo e todo este LIXO do “Grande Sistema”. Tive de ficar quietinho, quase sem respirar, pois senão aquele “guerrilheiro” de ontem poderia voltar-se contra a minha pessoa, e ele quase se encostou em mim, ao arrancar o aviso de plantões na porta fechada de uma farmácia. Mas, no fundo, senti vontade de BATER PALMAS! A despeito de todo o seu inferno interior. E não acabamos reféns deste INFERNO EXTERIOR?! Não há nenhuma diferença. Ele, pelo menos, estava mostrando, às claras, o que realmente é. Nós, não, dissimulamos as nossas “feras” sob uma frágil capa de “civilização”. Matrix = Jaula.

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