quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Genialidade desamparada

      As músicas grandiosas de Wagner... os belos poemas de Cruz e Sousa... as fantásticas pinturas de Van Gogh...  é muito bom desfrutar o prazer destas obras de Arte. Entretanto, Wagner chegou a dizer que a humanidade lhe devia o sustento; Cruz e Sousa viveu na pobreza, em meio a infindáveis sofrimentos; e Van Gogh dependia do seu irmão para sobreviver. O ser humano medíocre e vulgar usufrui das obras dos gênios, mas trata-os das piores maneiras, chegando, às vezes, ao ódio expresso, ao assassinato. Wilhelm Reich que o diga. Somente um Amor extraordinário às suas obras e uma profunda Compaixão pela humanidade é que pode explicar os extremos sacrifícios, os intensos sofrimentos e as dilacerantes privações dos gênios para produzirem algo que ajude o homem comum, este ser que é incapaz de compreender tão elevado nível, perdido que está em suas próprias mesquinharias cotidianas. Antigamente, antes do liberalismo democrata e do capitalismo moderno, e estou me referindo à Aristocracia Monárquica, um dos papéis da Nobreza era dar apoio aos Grandes Artistas. Atualmente o mecenato é coisa raríssima. As entidades públicas e as empresas privadas só desejam poder e dinheiro, e o Artista que se dane!... A função mais nobre do Estado era dar guarida aos criadores e intelectuais; mas isto era antigamente... Assim, muitos desistem da luta por falta de amparo, apoio este que algumas vezes poderia ser economicamente irrisório. Quantas obras não foram feitas por este motivo!... É a inveja do Talento, o ódio pela Genialidade, por parte da imensa maioria dos indivíduos normais.

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