domingo, 27 de dezembro de 2015

Turma do Beco 18 – A cantora no K2

            O Big era um grande músico, como a alcunha sugere. Na época de um Festival de Música, o pessoal do Beco encarregou-o de ir ao Rio de Janeiro contratar uma determinada cantora para interpretar uma certa canção.
      Em lá chegando, ele começou a esbanjar os recursos financeiros que havia levado consigo e quando chegou em Juiz de Fora estava praticamente liso. Não tendo condições de hospedar a intérprete num hotel convencional, ele teve uma ideia salvadora e levou a fulana para o K2, no bairro Vila Ideal. Trata-se de uma boate, um prostíbulo, um inferninho. Acomodou a cantora em um quarto e vazou.
      No dia seguinte, a mulher, crendo estar em um hotel comum, saiu do quarto e achou estranha a movimentação, vendo mulheres seminuas agarradas a seus clientes. E sacou que estava num puteiro. A madame ficou tremendamente irada e indignada, ferida em seus brios de fêmea ao ver que fora tratada como se fosse uma prostituta.
      Ele apareceu, acreditando que a convidada não iria descobrir a natureza exata do “hotel” em que estivera hospedada. Mas teve de escutar muitos impropérios. Tentou justificar seu ato, em vão. Mesmo assim, conduziu-a ao centro da cidade de ônibus.
      Quando teve oportunidade de estar com a turma do Beco, ela colocou de novo para fora toda a sua raiva, chegando a destruir um gravador. Foram obrigados a pagar a sua passagem de volta ao Rio de Janeiro. E arrumar outra cantora.

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