terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Turma do Beco 19 – Necessidades atávicas

           Temos a Turma do Beco, o Bar do Beco e o Bloco do Beco. O texto a seguir é do artigo “Bloco do Beco: o carnaval que dura o ano todo”, do jornal “Tribuna de Minas”, Juiz de Fora, 11 de fevereiro de 1982:
      “O Bloco do Beco não tem diretoria fixa, muitas vezes ela é mais ou menos definida alguns dias antes da sexta-feira em que o bloco sai. Seus participantes insistem em lembrar que qualquer chapa que se eleja, ‘tem 20 anos de prazo para prestação de contas, além do direito pra renovação por mais 20 anos’. Outra característica da diretoria do Beco é ‘que ela tem de assumir e sumir da situação’. Nesse ponto o Bloco é tão democrático, que o cargo mais disputado é o de tesoureiro. (...) E os ‘bequistas’ chacotam: ‘a Zezé Ribeiro foi nomeada interventora para organizar o Bloco. Depois disso, ela já comprou apartamento, carro, TV a cores, e só viaja de avião. A atual tesoureira está em Cabo Frio. Está todo mundo aflito aqui, preocupado com quanto se vai gastar e ela lá se bronzeando’.”
      No carnaval de 1981, um dos membros do Beco lançou sua candidatura como tesoureiro do Bloco. Era o Marquinho Cachaça, um mulato pobre e trabalhador.
      Quando alguém lhe perguntou qual a razão de colocar o seu nome para o tão almejado cargo, ele respondeu com apenas três palavras, fazendo uma cara triste e meneando a cabeça:
      - EU PRECISO TANTO!!!...

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