Escrevi no dia 17-3-2012 no meu extinto blog "Ipsissimus Magister":
Revi
ontem, no Max, o maravilhoso filme de Akira Kurosawa, “Sonhos”, de 1990,
composto de oito histórias curtas. Na primeira, “Sol Através da Chuva”, uma
criança desobedece à mãe e assiste à dança do acasalamento das raposas. Na
segunda, “O Pomar de Pêssegos”, um garoto assiste à triste dança dos espíritos
dos pessegueiros, que foram cortados. Estas duas retratam a difícil relação do
homem com a natureza. Na terceira, “A Nevasca”, com um início angustiante, o
líder de uma expedição encontra a Morte, na figura de uma bela mulher. Fez-me
lembrar “Al That Jazz”, com Roy Scheider. Na quarta, “O Túnel”, numa excelente
dramatização sobre a guerra, um capitão do exército encontra os soldados do seu
batalhão, que foram mortos em combate, mas que acreditam estarem vivos. Na
quinta, “Corvos”, um jovem pintor penetra nos quadros de Van Gogh e se encontra
com ele nos campos, com um pano cobrindo as orelhas. A paisagem e os quadros
intensamente coloridos sofrem um contraste ao final com o negro dos corvos,
augúrio de angústia e de morte. Na sexta, “Monte Fuji Vermelho”, ele entra em
erupção e ocorre um incêndio numa usina nuclear, liberando fumaças coloridas
radioativas. Um dos responsáveis pela falha diz: “A estupidez do homem é
inacreditável”... Pode ser uma premonição para a tragédia do tsunami de 2011.
Na sétima, “O Demônio Chorão”, um
viajante se depara com um demônio, o qual lamenta ter sido um fazendeiro
desonesto. Ele fala da guerra nuclear, deste mundo estúpido, da humanidade
idiota e das flores mutiladas. “Isto é o inferno.” No final, assistem ao
espetáculo dos gritos de dor dos outros demônios. Na última história, “A Aldeia
dos Moinhos de Água”, onde não há energia elétrica e nem os bens de consumo, um
idoso critica a sociedade moderna e enaltece a vida simples e pura junto à
natureza. Mensagem final de esperança. É um filme extraordinário!!!...
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