O Décio e o Orlando foram muito amigos.
Mas o primeiro gostava de gozar a cara do segundo. Colocou nele o apelido de
Orlando Cabeça-Fraca. O Décio dizia:
- Se você pedir ao Orlando para ir no
bairro Nossa Senhora Aparecida procurar a dona Lourdes, ele vai no bairro de
Lourdes procurar a dona Aparecida.
Outra gozação do Décio:
- Quando o “Cabeça” cisma de cantar a
famosa música “La Barca”, ao dizer o verso inicial – dicen que la distancia es
el olvido – o Orlando aponta o dedo para o ouvido.
Mas o mesmo não ligava para as
implicâncias do amigo.
O fato mais memorável do Orlando, de que
tenho conhecimento, ocorreu num bar que existia na Av. Getúlio Vargas, entre a
Marechal e a Halfeld. Era muito pequeno o botequim. Certa noite, o Orlando se
achava lá, em pé diante do balcão, a beber cerveja. Aconteceu então que ele
entrou numa discussão e numa briga com alguém, e partiram para os sopapos. Num
determinado momento, ao ver que não dispunha de nada para lançar contra o
oponente, o “Cabeça” pegou pela cintura um anão que se encontrava perto dele e
lançou o coitadinho em direção ao inimigo.
Outro caso fantástico do Cabeça-Fraca
ocorreu no bairro São Pedro. O Orlando, homem já maduro, quarentão-cinquentão,
estava namorando uma moça que lá residia. Certa vez, foi na casa da garota,
sendo tratado com rudeza e agressividade pelos seus pais e irmãos. O que fez o
Cabeça-Fraca? Deu uma de doido e EXPULSOU todo mundo de casa, aos tapas e
empurrões. E se trancou lá dentro com a menina, a qual estava apavorada. A
polícia foi chamada e finalmente o Orlando se acalmou e foi embora, conseguindo
livrar-se de uma detenção por invasão de domicílio.
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