sábado, 19 de dezembro de 2015

Turma do Beco 14 – Cabeça-Fraca

           O Décio e o Orlando foram muito amigos. Mas o primeiro gostava de gozar a cara do segundo. Colocou nele o apelido de Orlando Cabeça-Fraca. O Décio dizia:
      - Se você pedir ao Orlando para ir no bairro Nossa Senhora Aparecida procurar a dona Lourdes, ele vai no bairro de Lourdes procurar a dona Aparecida.
      Outra gozação do Décio:
      - Quando o “Cabeça” cisma de cantar a famosa música “La Barca”, ao dizer o verso inicial – dicen que la distancia es el olvido – o Orlando aponta o dedo para o ouvido.
      Mas o mesmo não ligava para as implicâncias do amigo.
      O fato mais memorável do Orlando, de que tenho conhecimento, ocorreu num bar que existia na Av. Getúlio Vargas, entre a Marechal e a Halfeld. Era muito pequeno o botequim. Certa noite, o Orlando se achava lá, em pé diante do balcão, a beber cerveja. Aconteceu então que ele entrou numa discussão e numa briga com alguém, e partiram para os sopapos. Num determinado momento, ao ver que não dispunha de nada para lançar contra o oponente, o “Cabeça” pegou pela cintura um anão que se encontrava perto dele e lançou o coitadinho em direção ao inimigo.
      Outro caso fantástico do Cabeça-Fraca ocorreu no bairro São Pedro. O Orlando, homem já maduro, quarentão-cinquentão, estava namorando uma moça que lá residia. Certa vez, foi na casa da garota, sendo tratado com rudeza e agressividade pelos seus pais e irmãos. O que fez o Cabeça-Fraca? Deu uma de doido e EXPULSOU todo mundo de casa, aos tapas e empurrões. E se trancou lá dentro com a menina, a qual estava apavorada. A polícia foi chamada e finalmente o Orlando se acalmou e foi embora, conseguindo livrar-se de uma detenção por invasão de domicílio.

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