quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Além do suicídio

Escrevi no dia 18-5-2012:

Vi ontem, no HBO Signature, “Últimos Dias”, de 2005, dirigido por Gus Van Sant. É baseado na vida de Kurt Cobain, do Nirvana. O local é o mesmo, Seattle, e o ator se parece com Kurt. (Este faleceu aos 27 anos, sendo o quinto da lista do “Clube dos 27”.) O que eu vi foi um indivíduo arrasado pelas drogas e pela depressão, que algumas vezes mal consegue andar ou se manter de pé, ou ao menos articular uma frase completa. Fugitivo de uma clínica, refugia-se numa mansão com o restante do grupo de rock, o qual também não se encontra nada bem. O diretor procurou retratar o estado interior do personagem de forma fria e rígida. A câmera parada significa AUSÊNCIA DE VIDA. O seu movimento lentíssimo denota a quase carência total de energia vital. O infeliz mais parece um VEGETAL, devido às profundas lesões cerebrais provocadas pela heroína. Há uma dissociação de imagens e cenas, como a querer expor o estado de quase demência do rockeiro. Fiquei bastante impressionado com aquilo!... Blake-Kurt cometeu dois suicídios: ao se drogar e ao tirar a própria “vida”. Mas o ato final não tem importância alguma, pois ele já havia SE MATADO antes: o que ficou foi só uma carcaça sem alma. Eu não tinha uma idéia amadurecida de que existia algo ALÉM DO SUICÍDIO. O que o cara fez foi simplesmente SE AUTODESTRUIR DE FORMA VIOLENTÍSSIMA. Isto vai contra todas as leis de sobrevivência do reino animal. Se a gente toca numa formiguinha, ela corre tentando se proteger. De forma corretíssima, o diretor não fez nenhuma referência à música, enfocando apenas o “homem”. É digno da mais profunda compaixão ver, através da imobilidade completa da câmera, o “artista” tentando pateticamente tocar e cantar uma música. E, passando a analisar o lado espiritual desta triste tragédia que são as vítimas de drogas, pode-se afirmar, sem medo de errar, que Cobain, se teve os seus “últimos dias” conforme foi mostrado no filme, está até hoje sofrendo horrores no astral inferior, por ter voluntariamente DESTRUÍDO não apenas o seu cérebro físico, como também os cérebros etérico, astral e mental. E vai continuar lá por muitos anos ainda. É inimaginável para nós, os encarnados, ter uma noção do seu sofrimento. Creio que nem mesmo o Arcanjo Miguel teria poder para tirar o sujeito do abismo em que ele próprio se jogou. E, após toda a tortura, ainda terá de encarar pelo menos umas duas ou três encarnações como débil mental. Será que estou exagerando?!... Acho que não. Falei hoje de manhã com um rockeiro de heave methal sobre Cobain, e ele fez comentários musicais. Ficou apenas a música e o mito. O “HOMEM” existiu apenas antes das drogas.

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