Certa ocasião, viajando com um amigo de
carro pelo interior, o Décio resolveu parar num botequim de beira de estrada.
Ao entrar no bar, notou que as prateleiras estavam cheias de garrafas de
cachaça. Pediu ao dono do estabelecimento para ver algumas delas. Ficou fascinado
ao descobrir que eram de boa procedência e de marcas diferentes, e o mais
importante, eram velhas.
Ele não deixaria aquilo por isso mesmo.
De forma alguma. Era uma coleção formidável!...
Dirigiu-se ao dono do local:
- Quero comprar todas elas. Por quanto o
senhor me vende?
O comerciante, após se recobrar do
impacto da brusca e inesperada proposta, refletiu um pouco e concordou em
vender. E deu um preço.
Ele levou as garrafas para a casa do seu
pai, na rua Padre Café. O pobre do velho acabou com boa parte do estoque. Vivia
“alto”... Mas o Décio também bebeu da pinga.
E eu.
Um dia ele me deu uma delas e levei-a até
o Bar do Beco. Só sei que naquela noite fui parar na discoteca Vivabela, na Av.
Rio Branco, no Mergulhão, com o Roberto Medeiros. Lembro-me de sair de lá com a
garrafa na mão, quebrada e vazia. Ao invés de passar pelo centro em direção ao
bairro São Mateus, onde morava, de tão bêbado fui em direção ao Manoel Honório.
Foi somente quando avistei o Rio Paraibuna que dei conta do erro de direção e
dei meia-volta.
Realmente a cachaça era boa, mas a
cerveja era ruim.
Fiquei uns três dias de ressaca,
“doente”, em casa, “de molho”.
Era uma das últimas da sua famosa
“biblioteca líquida”.
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