Campos de Carvalho (1916-1998) foi um
romancista brasileiro cultuado pela intelligentsia nacional nas décadas de
60-70. É um escritor cult, bestialógico e surrealista, conhecido de poucos.
Tenho dele apenas “A Lua Vem da Ásia”. É autor também das novelas “Tribo”,
“Vaca de Nariz Sutil”, “A Chuva Imóvel” e “O Púcaro Búlgaro”.
Quando o João Medeiros, irmão do Roberto,
trabalhava na Editora Codecri, no Rio de Janeiro, ligada ao pessoal do antigo
jornal “Pasquim”, ficou conhecendo esta figura ímpar da literatura de vanguarda
tupiniquim.
Campos de Carvalho esteve em Juiz de
Fora, que eu saiba, no mínimo duas vezes. Uma durante um Festival de Música. A
outra, para um evento sui generis.
A Prefeitura Municipal acabara de
instalar um mictório público no Parque Halfeld. A Turma do Beco, reunida como
sempre num bar qualquer, estava comentando este fato, quando alguém teve uma
ideia, provavelmente o próprio João:
- Nós precisamos inaugurar este mictório.
E precisamos convidar alguém importante para também estar presente. Que tal o
Campos de Carvalho? É a cara dele!...
A sugestão foi acatada e o escritor
aceitou prontamente o convite. Quando ele chegou em Juiz de Fora, dirigiu-se
primeiramente ao pessoal, num bar, e depois foram para o mictório público
aliviarem a bexiga. O convidado foi o primeiro a urinar, em meio a discursos e
louvações.
Campos de Carvalho, advogado e
procurador, cultuado no meio estudantil universitário, fez certa ocasião uma
palestra em uma universidade brasileira, durante a ditadura militar. Estavam
presentes também alguns generais do exército. Ele começou a conferência desta
forma, citando primeiro os nomes dos militares, causando nos mesmos extremo
desconforto:
- General fulano, General sicrano,
General beltrano, GENERAL MOTORS, GENERAL ELETRIC...
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