Enquanto 80 pessoas possuem 50% da riqueza do mundo, 800 milhões passam fome

Aproximadamente 800 milhões de pessoas sofrem diariamente vítimas da fome. A maioria concentra-se na África e pouca coisa, ou quase nada, é feita para reverter essa situação.
Ciente desses dados estarrecedores, a entidade internacional ‘Global Citizen’, que visa erradicar a fome do mundo até 2030, questiona em um vídeo forte (vê abaixo) e emocionante, o que acontece ao corpo humano quando ele não se alimenta corretamente.
Ao ultrapassar o limite mínimo de 6 horas sem se alimentar, os efeitos da fome começam a surtir efeito sob o corpo, provocando mau humor na maioria das pessoas.
Ao ficar até três dias sem comer, o cérebro começa, automaticamente, a “comer” o próprio corpo, ou seja, passa a consumir as proteínas da massa muscular do corpo, como os aminoácidos, que podem ser convertidos em glicose.
Por fim, após três semanas sem comer, o sistema imunológico é altamente afetado e perde forças, deixando-nos à mercê de qualquer doença, consequentemente levando o ser humano à morte em pouquíssima questão de tempo.
Além das inúmeras vítimas fatais da fome em todo o planeta, outro problema para a saúde da humanidade, que chega a ser mais grave que o consumo de nicotina, é a má alimentação.
Em maio de 2014, Olivier de Schutter, relator especial das Nações Unidas para a alimentação, alertava o mundo para o risco iminente da má alimentação. “As dietas pouco saudáveis são um risco maior para a saúde mundial que o fumo”, disse o relator. “Da mesma maneira que o mundo se uniu para determinar os riscos do fumo, devemos chegar a um acordo sobre dietas adequadas”, afirmou Schutter na época.
Para o relator, não basta combater apenas a fome que afeta aproximadamente 800 milhões de pessoas. É preciso combater também o impacto da obesidade na saúde mundial, que acomete mais de 1 bilhão de pessoas em todo o planeta.
Para isso, foi apresentado em 2012 um relatório sobre nutrição, para coibir à chegada de alimentos não-saudáveis até as pessoas – principalmente no Ocidente – que consistia em cinco passos: aumento de impostos sob produtos menos saudáveis; regulamentar todo alimento que apresente alto índice de gorduras saturadas, açúcar e sal; limitar a publicidade de comidas que não fazem bem faz para o organismo, como o fast-food; repensar certos subsídios agrícolas que barateiam alguns produtos e não outros, além de dá apoio aos produtores locais para que os consumidores possam ter acesso a produtos saudáveis, frescos e nutritivos. No entanto, três anos depois, as propostas apresentadas por Schutter não saíram dos papéis.
Disparidade Social
O principal fator para a fome no mundo é o alto nível de desigualdade social entre países ricos e pobres, e entre as famílias mais e menos abastadas de uma mesma nação.
De acordo com relatório divulgado em 2015 pela ONG britânica Oxfam International, em 2016, 50% da riqueza do mundo estará concentrada “nas mãos” de 80 pessoas. Ou seja, 80 bilionários possuíram o equivalente necessário para manter uma qualidade de vida estável de 3,5 bilhões de pessoas (metade da população mundial), segundo dados divulgados peloa Organização das Nações Unidas.
No livro “O Capital no Século XXI”, (publicado no Brasil pela editora Intrínseca), o economista francês Thomas Piketty alerta para o novo aumento da disparidade entre as nações mais ricas em relação as mais pobres que vem crescendo e se alastrando desde a segunda metade do século passado – período pós guerras mundiais – e tomando proporções alarmantes no início do século XXI.
Tiago Minervino
contato: tiaguinhominervino@hotmail.com
https://vamoscontextualizar.wordpress.com/2016/01/12/enquanto-80-pessoas-possuem-50-da-riqueza-do-mundo-800-milhoes-passam-fome/
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