sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Eles e Nós - Parte 1

            Estreou ontem no Brasil “A 5ª Onda”. Trata-se de MAIS UM filme sobre ataques dos MALDOSOS seres extraterrestres contra os BONZINHOS seres terrestres, certamente nos mesmos moldes dos asquerosos “Independence Day” e “Sinais”. Vou aproveitar esta LAMENTÁVEL estreia para reproduzir no grupo e no blog “Udigrudi Tupiniquim” um antigo texto de minha autoria que aborda este assunto, dividido em algumas partes para facilitar a leitura. Vamos lá. Para começar, quatro epígrafes:

         “Viajaram por muito tempo, sem encontrar coisa alguma. Afinal divisaram um pequeno clarão; era a Terra; coisa de causar piedade à gente que vinha de Júpiter.”
         (“Contos”, Voltaire, in “Micrômegas”, Abril Cultural, São Paulo, 1983, página 117.)

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         “ – E em que mundo habitas? – indaga o infeliz.
         - A minha pátria fica a quinhentos milhões de léguas do sol, numa pequena estrela perto de Sírio, que tu vês daqui.
         - Que bela terra! – exclamou Memnon. – Quer dizer que lá não há espertalhonas que enganem um pobre homem, nem amigos íntimos que lhe ganhem o dinheiro e lhe furem um olho, nem bancarroteiros, nem sátrapas que zombem da gente, recusando-nos justiça?
         - Não – respondeu o habitante da estrela -, nada disso. Nunca somos enganados pelas mulheres, porque não as temos; não nos entregamos a excessos em mesa, porque não comemos; não temos bancarroteiros, porque não existe entre nós nem ouro nem prata; não nos podem furar os olhos, porque não temos corpos à maneira dos vossos; e os sátrapas nunca nos fazem injustiça, porque na nossa estrela todos são iguais.
         - Sem mulher e sem dinheiro – disse Memnon -, como passam então o tempo?
         - A vigiar – respondeu o gênio – os outros globos que nos são confiados; e eu vim para consolar-te.”
         (“Contos”, Voltaire, in “Memnon ou A Sabedoria Humana”, Abril Cultural, São Paulo, 1983, página 104.)

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         “Observar o planeta (Terra) de fora era ver uma espécie (humana) totalmente insana.”
         (“Shikasta: documentos pessoais, psicológicos, históricos sobre a visita de Johor [George Sherban].”, Doris Lessing, volume 1 da série “Canopus em Argos: Arquivos”, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1982, 2ª edição, página 118.)

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         “Ao visitar-vos, vindos de outras Estrelas, temos a impressão de estarmos num manicômio! Se vos quiséssemos considerar normais, teríamos então diante de nós delinqüentes inimagináveis. Porém, preferimos pensar terdes sido enganados espiritualmente, de forma a vos desenvolverdes, no decorrer dos últimos milênios, dentro de um estado geral de alienação mental. Os loucos acham-se inclinados a tirar a própria vida de um só golpe e teatralmente, sem se importarem  com o mundo que os rodeia.
         Também vós estais caminhando para a mesma via, a fim de seguir esse exemplo mórbido. Assim sendo, temos sob vigilância uma humanidade que deseja auto-destruir-se.”
         (“A Grande Missão Celeste de Ashtar Sheran à Humanidade da Terra - O Comandante-em-Chefe da FROTA EXTRAPLANETÁRIA comunica ao Mundo sua incumbência”, Edições Arquimedes, Rio de Janeiro, página 123.)

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