Nelson Silva foi cantor, compositor e
ritmista. Vivendo uma vida modesta como operário, no meio musical e
carnavalesco, entretanto, era considerado uma figura eminente. No livro
“História Recente da Música Popular Brasileira de Juiz de Fora”, (p. 124-127),
José Carlos de Lery Guimarães dá um depoimento importante sobre o lado místico
deste grande juizforano, criador do Batuque Afro-Brasileiro de Nelson Silva.
Ele era da raça negra.
“Ele via as entidades de Umbanda, ele
realmente via. Não era farsante. Não era exibicionista, não bebia e não era
doido. Mas ele era um cara que transava com entidades. Ele era um místico
autêntico. O Nelson Silva transava em outras frequências, em outras dimensões.
Ele via mesmo Ogum, via Oxalá. O misticismo dele era realmente impressionante.
E ele não era farsante, eu tenho certeza que ele não era farsante, por causa de
certos fatos que aconteciam. Porque em termos de terreiro, de mediunidade, esse
negócio, tem uma porção de farsantes aí, tem uma porção de loucos, tem uma
porção de bêbados, tem uma porção de maníacos-depressivos, sobretudo tem muito
esquizofrênico, esquizóides, mas o Nelson não era nada disso. Ele era honesto.
Via e acreditava, mas não fazia exibição disso. Então o Nelson, que não era um
cara louco, muito pelo contrário, era um cara lúcido e inteligente, eu acho que
realmente ele via esse troço. Ele via as entidades, batia papo com elas, se
entendia com elas, etc. Esse é o aspecto que eu acho mais importante do Nelson
Silva.”
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