Álvaro Ribeiro da Costa (Alvinho) foi um
decorador e carnavalesco juizforano.
Certa vez ele entrou num bar,
do qual gostou muito. De repente, veio-lhe à cabeça a ideia de comprar o
botequim, e o dono concordou em vender. Passou a se chamar Bar do Alvinho.
Durou somente um ano, mas foi frequentado pela elite intelectual da cidade. Até
mesmo famosos de fora passaram por lá, como Dias Gomes, Otto Maria Carpeaux,
Adriana Prieto, Renata Sorrah e Juca Chaves.
O local se transformou num reduto musical
e literário.
Um dia o João Medeiros chegou no bar
acompanhado por um adolescente chamado Gutemberg Guarabyra. Diz o Alvinho:
“A historinha mais gozada que tenho é de
um compositor que é hoje um dos maiores: Gutemberg Guarabyra. Me foi
apresentado pelo João Medeiros. Naquela época, um menino com um violão debaixo
do braço. Disse o João: ‘Esse menino vai ganhar o FIC’ (Festival Internacional
da Canção, no Maracanazinho, Rio de Janeiro, transmitido pela TV Globo) O
garoto pediu um uísque. Falei: ‘Não sirvo a menores’. Depois, em conversa,
perguntei: ‘Que música você tem?’ Ele falou: ‘Margarida”. Quando ele cantou a
música eu disse pro garçom da casa: ‘Traga um uísque daqueles que eu gosto, por
conta. É o meu presente para o vencedor do FIC.’ Tem também uma música, que foi
gravada por Nara Leão – de João Medeiros e Sueli Costa, que foi feita lá no meu
bar. Foi a música ‘Por Exemplo Você”. Ainda o poema ‘Timoneira’ de Roberto
Medeiros, premiado no Concurso Nacional de Poesia Falada em Niterói, em 1968 –
poema interpretado por José Carlos de Lery Guimarães. Foi feito no Bar, estenografado
pela minha esposa Dirce.” (“História Recente da Música Popular Brasileira de
Juiz de Fora”, p. 173-174.)
“Margarida” foi a primeira colocada na
fase nacional no FIC em 1967.
Nenhum comentário:
Postar um comentário