A amizade entre os dois se estreitou e
foi marcada uma visita da Turma do Beco à fazenda. Saímos de Juiz de Fora na
manhã de 8 de abril de 1995, um sábado, com o micro-ônibus cheio de
“bequistas”. Quando chegamos, após as saudações iniciais e um lanche como almoço,
o Sr. Breno passou a mostrar-nos a propriedade. Belíssimos cavalos mangalarga
marchador encantaram a todos. Entretanto, o que o pessoal queria era conhecer o
alambique da Topázio.
Quando uma das integrantes do grupo viu
aquele tonel enorme pela frente, entrou em êxtase, abraçou-o e se expressou com
paixão:
- Oh! meu Deus! tudo isto é cachaça! eu
não acredito! nunca vi tanta pinga na minha frente! que maravilha!...
Encontravam-se também presentes a Dona
Mayrian, esposa do sr. Breno, e os filhos do casal, Eduardo e Cláudia, pessoas
muito simples e discretas, de forma alguma esnobes. E a turma se espalhou pela
casa, a consumir cerveja à vontade e a degustar a Topázio. No fogão a lenha
havia sempre algo para comer. A varanda enorme estava sempre cheia. Os papos
rolaram. As horas foram passando.
Para aproveitar ao máximo a visita,
manerei bastante o consumo alcoólico, para não apagar, perdendo, assim, o
melhor da festa. Estava sempre com um copinho de pinga, mas fazia de conta que
bebia. Mesmo porque, nunca fui muito ligado em aguardente.
Quando a noite chegou, as
libações continuaram a todo vapor. O dono da casa estava visivelmente feliz e
emocionado com aquela sincera e despojada confraternização. Ninguém foi
inconveniente ou demonstrou interesses egoístas, devido à riqueza dos anfitriões.
A Cláudia, uma jovem bonita e solteira, era um “partidaço”. Mas não sofreu
nenhum tipo de assédio. Todos se comportaram com dignidade e discrição. Foram
horas inesquecíveis!...
À noite, uma parte da turma pernoitou na
fazenda, e a outra foi de micro-ônibus até a cidade para dormir num hotel. Lá o
Décio pode liberar seu lado irreverente: ficou totalmente nu, contou piadas...
Ainda tentamos achar um botequim aberto mas não conseguimos.
Na manhã do domingo voltamos à fazenda.
Houve um lauto almoço, declamaram-se discursos, fizeram-se homenagens, a
descontração era geral. Mais cervejas e pinga à vontade.
O sr. Breno estava com a intenção de
produzir uma cachaça especial, mais fina, e havia pedido ao Roberto que criasse
um nome para ela. Este sugeriu “Etérea”.
Saímos da propriedade à tarde, lamentando
ter de abandonar aquele paraíso bucólico e etílico. Ao chegar em Juiz de Fora, o
Roberto, eu e alguns outros ainda assinamos o “ponto” no restaurante Brasão.
Nos dias seguintes os poetas do Beco
começaram a criar trovas para a nova cachaça “Etérea”. Iria ser promovido um concurso
para escolher a melhor delas, a qual seria incluída nos rótulos das garrafas. Foi
efetuado tempos depois um julgamento e selecionadas vinte trovas vencedoras.
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